As postagens deletadas foram levantadas pela Folha com a utilização de ferramentas de monitoramento das redes sociais, que fazem a captura e guardam as mensagens, permitindo acesso mesmo aos textos já apagados. O instrumento, contudo, não permite saber quando as mensagens foram retiradas.
O peemedebista, que criou sua conta no serviço em 2010, mudou seu posicionamento político algumas vezes de lá para cá, chegando a defender a presidente Dilma Rousseff quando ela se elegeu.
Atualmente, Cunha se diz rompido com o governo federal, com quem, apesar de tudo, continua a fazer acordos velados para se manter no cargo. O congressista é alvo de um processo de cassação no Conselho de Ética.
Logo após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010, Cunha escreveu no microblog: "Dilma mereceu essa grande vitória. Estaremos juntos com ela para o Brasil seguir mudando". Dias antes da primeira posse da atual presidente, novos elogios: "A maioria do povo brasileiro entendeu bem o raciocínio da Dilma e a elegeu. Entendeu também o quanto ruim foi o governo de FHC (Fernando Henrique Cardoso)."
Questionado, o presidente da Câmara disse desconhecer a retirada das mensagens. "Não foi determinada por mim", ressaltou. Ainda segundo Cunha, a administração de seu perfil é feita por sua equipe, apesar de reconhecer que ele mesmo publica algumas mensagens.
Comentários polêmicos envolvendo o cenário político internacional também foram deletados. Por diversas vezes Cunha citou o ex-presidente uruguaio José Mujica na época em que o país discutia a legalização da maconha. "Impressionante a agenda do mal desse maconheiro Mujica", disse o peemedebista em 2012.
Evangélico e publicamente contrário a políticas que favoreçam gays, Cunha se incomodou com as cenas de beijo entre os atores Mateus Solano e Thiago Fragoso, na novela "Amor à Vida", na TV Globo em 2014. "Não poderia deixar de expressar a minha repulsa pela cena da TV de beijo gay", postou Cunha. Mesmo mantendo posição conservadora em relação aos gays, o deputado apagou as postagens.
Fonte: Folha de São Paulo
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